A teoria das inteligências múltiplas e a pirâmide de aprendizagem
Gostaria de propor uma reflexão sobre o ambiente educacional, partindo da análise das três fotos abaixo
Tirando a mudança nas vestimentas e a qualidade das fotos, a disposição dos alunos é substancialmente semelhante nos três períodos, levando a entender que a forma como os alunos são expostos e absorvem os conhecimentos não se alterou ao longo dos anos.
No período compreendido entre a primeira e a terceira foto, foram apresentados diversos estudos que examinam a forma como aprendemos, seja coletivamente ou como indivíduos, únicos em suas características, contestando o entendimento do parágrafo anterior.
No início da década de 1980, o cientista norte-americano Howard Gardner, divulgou o estudo sobre a teoria das inteligências múltiplas.
Partindo da análise de pessoas geniais em seus campos de atuação, observou-se que a genialidade humana é bem mais específica que generalista, uma vez que bem poucos gênios o são em todas as áreas.
Gardner concluiu, a princípio, que há sete tipos de inteligência:
1. Lógico-matemática: capacidade de realizar operações numéricas e de fazer deduções.
2. Linguística: habilidade de aprender idiomas e de usar a fala e a escrita para atingir objetivos.
3. Espacial: disposição para reconhecer e manipular situações que envolvam apreensões visuais.
4. Físico-cinestésica: potencial para usar o corpo com o fim de resolver problemas ou fabricar produtos.
5. Interpessoal: capacidade de entender as intenções e os desejos dos outros e consequentemente de se relacionar bem em sociedade.
6. Intrapessoal: inclinação para se conhecer e usar o entendimento de si mesmo para alcançar certos fins.
7. Musical: aptidão para tocar, apreciar e compor padrões musicais.
Assim, enquanto Michael Jordan apresenta uma capacidade físico-cinestésica acima da média, Albert Einstein tinha excepcional aptidão lógico-matemático e Shakespeare utilizava de sua habilidade linguística para produzir histórias que permanecem relevantes por séculos, estes mesmos indivíduos poderiam ter suas outras seis inteligências na média esperada para a população de sua época.
William Glasser, psiquiatra norte-americano, falecido em 2013, desenvolveu a Pirâmide de Aprendizagem como resultado de seus estudos na área da educação.
A Pirâmide de Aprendizagem é uma representação gráfica dos percentuais de retenção de conhecimento e informação relacionados à atividade educacional.
De forma resumida, a teoria conclui que quanto mais nos relacionamos com o conhecimento de forma ativa, maior será a absorção das informações, em comparação a um estilo mais passivo de aprendizagem como leitura e escuta.
Ainda que os estudos de Gardner e Glasser sejam controversos em certos aspectos, visto que um indivíduo com aptidão linguística acima da média tende a absorver um percentual maior de conhecimento por meio da leitura, escuta e escrita que um indivíduo com aptidão físico-cinestésico, é senso comum que quanto maior for a exposição de um indivíduo a diferentes formas de aprendizagem, maior será a probabilidade de retenção da informação.
Os estudos são convergentes no conceito da apresentação de diversas formas de ensino, como a prática por meio de experimentos em adição à leitura e escuta. A probabilidade de impactarmos um indivíduo com aptidão físico-cinestésico por meio da prática será maior do que se apresentarmos o conhecimento apenas pela leitura e escrita.
Conclusivamente, os indivíduos nascem com capacidade inatas e se desenvolvem a partir da educação que recebem e dos estímulos a que são expostos. Uma educação padronizada e niveladora suprime a capacidade de novos gênios surgirem ao não considerar o potencial de cada aluno.
Variar os estímulos e permitir uma postura mais ativa no processo de aprendizagem são alternativas para melhorar o desempenho dos alunos, também por conta da mudança no comportamento das pessoas a cada nova geração, visto que pesquisas indicam que atualmente está mais difícil prender a atenção das pessoas.
Assim, ao apresentarmos um modelo de ensino baseado em projetos, conjugando diversas formas de ensino e metodologias, favoreceremos a probabilidade do surgimento de novos Ghandis, Tarcilas e Isaacs.
Até a próxima!!!